quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Rony Bellinho



Rony Belinho retrata o subúrbio carioca


Os esboços do artista podem significar muito mais do que crítica social para os olhos do expectador. No entanto, Belinho não implora por melhorias – quer apenas mostrar a beleza estética por traz destas paisagens


“Não é apenas uma retratação de miséria, mas uma polaróide do mundo urbano. Algo que me comove”. A frase é do artista plástico Rony Belinho, que apresentará seus desenhos a partir do dia 02 de março, no Museu de Arte de Cascavel (MAC) na exposição Finis Lapa. As obras das séries “Mendigos” e “Ninfetaminas” são semi-abstrações da vida de moradores/trabalhadores de rua. Boa parte delas interpretações de habitantes do Rio de Janeiro. “Considero ‘interpretação’ porque são diversas variações de um mundo real, mas partindo também de uma visão imaginária”, explica o artista. A abertura da mostra será às 20 horas no MAC.
Belinho é carioca e reside em Cascavel. As obras desta série começaram a ser produzidas em 2002, no período em que o artista estava hospedado em um hotel na Lapa, bairro boêmio do Rio de Janeiro. O pintor garante ter utilizado o local como laboratório para seu estilo artístico. “Decidi por estes temas por uma questão geográfica – eles estavam ali e podiam ser materiais de retratação. Outro motivo é porque ambientes urbanos me atraem mais do que qualquer outro plano estético e plástico. Possuo um lado que se comove com isto e outro que vê estas pessoas como quem decide ser diferente de toda a sociedade. A este conjunto de obras, eu daria o nome de ‘Finislapa’ – o fim da Lapa”, diz.
O artista explica que as cores utilizadas nos desenhos – sempre ocre, azul escuro ou preto, magenta e branco – são obtidas através do uso de material alternativo, mas possuem um significado. “Podem enfatizar o ambiente sombrio onde estes moradores estão na maior parte do tempo. Os materiais usados são os mais simples: esponja de aço enferrujada, caneta estourada, suco de beterraba e corretivo branco para caneta. Todos com a finalidade de chegar mais próximo às cores originais da paisagem”, lembra Belinho.
Quando questionado se sua meta é comover ao público, Belinho evidencia que “quando uma pessoa se concentra em traduzir uma verdade, esta verdade se torna traduzível” e que quer simplesmente mostrar um fato estético. “Estes desenhos não significam o término, esgotamento da Lapa como crítica. Meu objetivo não é fazer uma análise crítica social nem implorar por melhorias – retrato simplesmente pela estética. Agora, se as pessoas vão se comover, isso é incompreensível. Acredito muito na observação das pessoas e é a pintura que deve falar”, completa.
A exposição fica aberta à visitação de segunda à sexta-feira, das 8h30 às 11h30 e 12h30 às 19 horas e aos sábados, das 9 às 13 horas. Mais informações pelo telefone (45) 3223-5194.



SERVIÇO
O que: Abertura da exposição Finis Lapa
Onde: Museu de Arte de Cascavel (MAC)
Quando: 02 de março
Visitação: de segunda à sexta-feira, das 8h30 às 11h30 e 12h30 às 19 horas e aos sábados, das 9 às 13 horas.
Informações pelo telefone (45) 3223-5194



Jornalista responsável
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Assistente
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Um comentário:

Baú o blog do Bellinho disse...

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