sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Poética do espaço é tema de exposição no CCGM

Muito mais do que uma produção artística, a exposição “Cantos” – em exibição no Centro Cultural Gilberto Mayer até o dia 31 de agosto – é uma reflexão filosófica. O casal Andréia Pessutti Rampini e Fernando Nagai propõe um diálogo que deixa claro a unidade entre as obras. Com temática baseada nas teorias do filósofo Gaston Bachelard, ela apresenta instalações em madeira e ele 12 fotografias. Devaneios, cantos e conchas são as inspirações dos artistas, que têm o propósito de levar o público à reflexão sobre espaços habitados. A abertura será nesta sexta-feira (03), às 20 horas.
Segundo Andréia, a idéia surgiu a partir de seus estudos em educação. “Observei este autor há algum tempo no mestrado e fui instigada a promover uma intervenção nos espaços trabalhados. Minha pesquisa propunha uma maneira diferente de organizar os espaços de uma sala de aula de forma a torná-la mais apta a atividades lúdicas. Depois disso, trouxe a mesma análise às artes e trabalhei as imagens para que provocassem a memória do observador. As obras chamam o público a habitá-las e permitem interações”, explica.


Andréia entende arte como algo impregnado no ser humano. “Arte está relacionada com a vida. Tenho interesse desde a adolescência e não me vejo fazendo outra coisa, assim como Fernando desenvolveu naturalmente a sensibilidade artística que o levou ao seu trabalho. No entanto, é um processo que construímos a cada nova experiência”, diz.

Para ela, que trabalha com artes plásticas e educação, e o marido, fotógrafo há mais de 10 anos, trabalhar em um mesmo projeto significa ter afinidades de idéias. “Antes de tudo, foi este o motivo que nos levou a unir as artes. Fernando, apesar de ter um olhar aguçado pela prática em sua função, nunca havia produzido uma exposição artística e esta união resulta em um crescimento para ambos. Temos projetos de levar a mostra adiante”, completa Andréia, se referindo aos salões de artes que tem em mente. A visitação pode ser feita de segunda a sexta-feira, das 12h30 às 18h30. A realização é da Prefeitura de Cascavel através da Secretaria da Cultura.
Informações pelo telefone 3321-2121 - Museu de Arte de Cascavel


SERVIÇO Exposição “Cantos”, de Andréia Pessutti Rampini e Fernando Nagai Centro Cultural Gilberto Mayer Até 31 de agosto
Visitação de segunda a sexta-feira, das 12h30 às 18h30
Informações pelo telefone 8403-7775 (Andréia)


www.cascavel.pr.gov.br/cultura

Jornalista responsável
Evandro Karvat – (45) 9934-1527

quinta-feira, 5 de abril de 2007


Olhares sagrados num mundo profano

Um novo Jesus Cristo será apresentado com a exposição “Olhares de Jesus segundo o Apocalipse”, que o artista plástico Valdir Rodrigues apresenta no Museu de Arte de Cascavel (MAC), de 10 a 28 de abril. As 50 obras foram baseadas em 22 capítulos do Apocalipse – 20 delas esboçam o rosto de Jesus, mesclando traços de grandes artistas universais.
Segundo o artista, as obras não são irônicas. “São pinturas que trazem diferentes significações e servem, principalmente, para desmistificar a visão que as pessoas têm sobre o Apocalipse e sobre Jesus. Me inspiro na visão que artistas consagrados tiveram sobre temáticas religiosas ao retratá-las com suas pinturas”, explica. Piacentini, Da Vinci e Michelangelo foram apenas alguns dos artistas pesquisados por ele.
A cada obra uma singularidade. Rodrigues trabalha com todo cuidado na aplicação de técnicas que aproximem as telas do resultado esperado. “Utilizo a serigrafia como base das obras – técnica que já havia experimentado em outras épocas. Ao trabalhar nesta exposição senti muito minha originalidade aflorar, pois conheço o que produzo e não desenvolvo peças para combinar com o sofá”.

Novo início – Valdir Rodrigues é católico e passou a se inspirar em temáticas religiosas após sair de uma depressão. O interesse pela Bíblia surgiu em 2004, ano em que participou da 16ª Mostra Cascavelense de Artes, adotando-a como livro de cabeceira.
Mesmo tendo contato diário com a Escritura Sagrada, o artista nunca conseguia terminá-la porque achava o livro “revelações”, de São João, – o Apocalipse – muito assustador. “O livro não é de autoria de João, mas transmitido a ele por Jesus já ressuscitado", observa, acreditando que fisicamente o planeta já está por um fio e que Deus é quem está segurando esta corda.
Somente a partir de 2005, ao permanecer hospedado em uma chácara de repouso, ele passou a se dedicar com mais intensidade a leitura e interpretação dos textos do Apocalipse. Assim, iniciou a composição de seus trabalhos que, segundo diz, representam uma maneira complexa de expressar que acredita em Deus.



Os trabalhos – Após uma profunda pesquisa bíblica e histórica, o artista passou a retratar divindades através de suas pinturas. Da necessidade de se reencontrar enquanto ser, primou neste trabalho pelo que chama de ponderação. O artista ora apresenta em suas telas a vitalidade espiritual, ora a intensa energia humana. Caracteriza-se desta forma como enigmático em suas significações.
Rodrigues vive exclusivamente da sua arte e acredita que esta exposição vai ser um divisor de águas, pois trabalha nela com afinco há três anos. Todas as construções são releituras, no entanto, Rodrigues traz a tona um estilo pop-sacro inserindo as cores amarelo, magenta e azul – cores pop – em boa parte de suas obras. “Pintores retrataram o seu tempo sem medo. Estou retratando as pessoas do meu tempo do meu jeito”, acrescenta.
O pintor ainda apresenta faces de Jesus segundo sua interpretação. “Quando retrato um Jesus negro ou japonês saliento que seria ideal cada um olhar para sua crença interior”, vê. Imagens como o World Trade Center e a tsunami também são ilustradas ao fundo como forma de conscientização. A partir de julho as obras seguem para Curitiba; MAM de Higienópolis (SP); Palácio de Cristal, em Petrópolis (RJ); Fundação Jaime Câmara de Goiânia e Madrid (Espanha).
A exposição ainda conta com a participação da artista cascavelense Vera Simon. Ela, que também produz obras com esta temática, apresentará 12 obras com técnica acrílico sobre tela nomeadas “O Retorno dos Anjos”. A abertura, que aconteceria na Quinta-feira Santa (dia 05), foi adiada para terça (10), às 20 horas. O horário de visitação é de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 11h30 e das 12h30 às 19 horas. A mostra é uma realização da Prefeitura de Cascavel através da Secretaria da Cultura. Mais informação pelo telefone (45) 3321-2121, no MAC. Contato com Valdir Rodrigues pelo telefone (45) 9961-0434.
Foto divulgação.


SERVIÇO
Exposição de obras de Valdir Rodrigues, com participação de Vera Simon
MAC
Abertura dia 10 de abril, às 20 horas
Visitação de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 11h30 e das 12h30 às 19 horas
As obras expostas serão comercializadas.
Informações: (45) 3321-2121



Jornalista responsável
Evandro Karvat – (45) 9934-1527

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Rony Bellinho



Rony Belinho retrata o subúrbio carioca


Os esboços do artista podem significar muito mais do que crítica social para os olhos do expectador. No entanto, Belinho não implora por melhorias – quer apenas mostrar a beleza estética por traz destas paisagens


“Não é apenas uma retratação de miséria, mas uma polaróide do mundo urbano. Algo que me comove”. A frase é do artista plástico Rony Belinho, que apresentará seus desenhos a partir do dia 02 de março, no Museu de Arte de Cascavel (MAC) na exposição Finis Lapa. As obras das séries “Mendigos” e “Ninfetaminas” são semi-abstrações da vida de moradores/trabalhadores de rua. Boa parte delas interpretações de habitantes do Rio de Janeiro. “Considero ‘interpretação’ porque são diversas variações de um mundo real, mas partindo também de uma visão imaginária”, explica o artista. A abertura da mostra será às 20 horas no MAC.
Belinho é carioca e reside em Cascavel. As obras desta série começaram a ser produzidas em 2002, no período em que o artista estava hospedado em um hotel na Lapa, bairro boêmio do Rio de Janeiro. O pintor garante ter utilizado o local como laboratório para seu estilo artístico. “Decidi por estes temas por uma questão geográfica – eles estavam ali e podiam ser materiais de retratação. Outro motivo é porque ambientes urbanos me atraem mais do que qualquer outro plano estético e plástico. Possuo um lado que se comove com isto e outro que vê estas pessoas como quem decide ser diferente de toda a sociedade. A este conjunto de obras, eu daria o nome de ‘Finislapa’ – o fim da Lapa”, diz.
O artista explica que as cores utilizadas nos desenhos – sempre ocre, azul escuro ou preto, magenta e branco – são obtidas através do uso de material alternativo, mas possuem um significado. “Podem enfatizar o ambiente sombrio onde estes moradores estão na maior parte do tempo. Os materiais usados são os mais simples: esponja de aço enferrujada, caneta estourada, suco de beterraba e corretivo branco para caneta. Todos com a finalidade de chegar mais próximo às cores originais da paisagem”, lembra Belinho.
Quando questionado se sua meta é comover ao público, Belinho evidencia que “quando uma pessoa se concentra em traduzir uma verdade, esta verdade se torna traduzível” e que quer simplesmente mostrar um fato estético. “Estes desenhos não significam o término, esgotamento da Lapa como crítica. Meu objetivo não é fazer uma análise crítica social nem implorar por melhorias – retrato simplesmente pela estética. Agora, se as pessoas vão se comover, isso é incompreensível. Acredito muito na observação das pessoas e é a pintura que deve falar”, completa.
A exposição fica aberta à visitação de segunda à sexta-feira, das 8h30 às 11h30 e 12h30 às 19 horas e aos sábados, das 9 às 13 horas. Mais informações pelo telefone (45) 3223-5194.



SERVIÇO
O que: Abertura da exposição Finis Lapa
Onde: Museu de Arte de Cascavel (MAC)
Quando: 02 de março
Visitação: de segunda à sexta-feira, das 8h30 às 11h30 e 12h30 às 19 horas e aos sábados, das 9 às 13 horas.
Informações pelo telefone (45) 3223-5194



Jornalista responsável
Rejane Martins – (45) 9966-2475

Assistente
Evandro Karvat – (45) 9934-1527